quinta-feira, 26 de novembro de 2009

Portugal

Coimbra

Se você leu o último post (Cidades de brinquedo) já sabe que a trip pra Portugal, anunciada
aqui, acabou rolando no último mês.

Embora tenha sido difícil administrar a saudade de quem ficou por aqui, os doze dias passados em cidades portuguesas foram bem felizes, rendendo boas histórias, novos amigos, fotos onde o azul do céu acaba roubando a cena e uma compreensão um pouco maior sobre o nosso país (ir a Portugal é uma maneira bastante interessante de entender melhor o Brasil).

Em alguns momentos fiquei tentada a dar um pulinho e cair na Espanha, mas acabei desencanando e seguindo minha intenção original, que era flanar apenas por Portugal. Não me arrependi.

Algumas impressões sobre o país e seus habitantes:

1 - obter informações é algo um pouco impreciso, pois as pessoas, inclusive os funcionários dos postos de turismo, parecem partir do pressuposto de que você já sabe aquilo que está perguntando;

2 - os portugueses, no geral, são muito gentis e amáveis. Entretanto, em alguns momentos, podem ser bastante grosseiros uns com os outros (mas raramente com você, turista e expectador das desavenças, que, no meu caso, invariavelmente acabaram sendo engraçadas);

3 - se comparado a outros países do mesmo continente, é barato, barato e barato. Aliás, não sei como as coisas funcionam no sul de Portugal, já que meu itinerário partiu de Lisboa em direção ao norte, mas, neste, as coisas (comida e hospedagem, principalmente) são ainda mais baratas;

4 - ainda fazendo uma comparação com outros países da Europa, locomover-se sem carro em Portugal não é extremamente prático. Muitos itinerários são percorridos por ônibus em detrimento do trem (que, nesses trechos, pode existir, mas é ruim e leva mais tempo para fazer o mesmo percurso, segundo informações que recebi em alguns locais), que, deu pra perceber, não é, a exemplo de países europeus como Alemanha e Bélgica, um super meio de locomoção em Portugal. No caso dos ônibus, as coisas ficam mais chatinhas quando, estando em uma cidade e querendo ir a outra, você precisa ir a uma terceira que não estava nos planos para pegar o dito cujo do busão que irá levá-lo ao destino desejado. Exemplo: não há ônibus direto de Óbidos para Coimbra, de forma que é necessário ir até Caldas da Rainha (ou voltar a Lisboa) para pegar um ônibus até lá. Desagradável, confesso;

5 - Portugal é bem mais pobre que todos os outros países da Europa nos quais botei os meus pezinhos;

6 - há pichações como as que se vê em São Paulo nos muros, principalmente nos de Lisboa (novidade européia para mim), e há mais sujeira e insegurança pairando pelas ruas e pelo ar.

Ops, achou que estou descendo a lenha em Portugal? Então, relaxe, porque não estou. São só constatações e impressões e a viagem valeu (e vale, pois eu voltaria a todas as cidades pelas quais passei) muito a pena. Arrume as malas e zarpe, mas não espere, digamos, encontrar muitas características européias no país de Fernando Pessoa, pois, deu pra notar, Portugal é bastante singular. E é bem Brasil.

P.S. A foto deste post é minha.

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